O que separa uma redação aprovada de uma comum? Método. Este guia mostra, sem rodeios, como fazer redação para passar em qualquer concurso ou prova: um passo a passo enxuto, modelos de parágrafo, repertórios seguros e um checklist final à prova de bancas.
Para quem é? Concurseiros, vestibulandos e profissionais que encaram provas seletivas. Por quê agora? Porque os critérios de correção estão cada vez mais objetivos e padronizados — e isso é ótimo para quem estuda com foco. Aqui você vai entender o que as bancas cobram, por que reprovam e como entregar exatamente o que pedem, com base em documentos e números oficiais.

O que a banca realmente cobra (e onde as pessoas escorregam)
O padrão do texto vencedor
A maior parte dos concursos e provas exige dissertação argumentativa: tese clara, dois a três argumentos bem desenvolvidos e conclusão coerente. As bancas observam três blocos: atendimento ao tema/tipo textual, estrutura/coesão e domínio da norma padrão. Em linhas gerais, fugir do tema ou do gênero proposto derruba a nota a zero. É textualidade objetiva, não “floreio”.
Critérios de avaliação (resumo do que aparece nos editais)
• Tema e pertinência: responder exatamente ao comando e ao recorte. Fuga total ao tema gera nota 0.
• Estrutura e coerência: introdução com tese, desenvolvimento com argumentos e conclusão consistente.
• Expressão escrita: clareza, coesão, concisão e correção gramatical. Variações de pesos por banca são comuns, mas o tripé se mantém.
Diferenças entre bancas (para ajustar a mão)
Vunesp: temas concretos e atuais; cobra aderência rigorosa ao recorte e ao tipo textual. Fuga ao tema ou ao gênero zera; coerência e estrutura pesam bastante.
Cebraspe (Cespe): avaliação técnica e objetiva; critérios costumam considerar apresentação, estrutura, desenvolvimento e modalidade escrita; fuga ao tema também zera.
FGV: tradição de valorizar tese explícita, progressão lógica, coesão e norma culta com rigor. Os editais variam, mas a ênfase em abordagem do tema, estrutura e linguagem é constante.
“Assassinos” de nota (evite sem dó)
- Responder ao tema “pela metade” ou tangenciar o recorte.
- Introdução vaga e sem tese explícita.
- Argumento sem prova (opinião sem dado, exemplo ou autoridade).
- Parágrafos amontoados (sem tópico-frase, sem encadeamento).
- Descuido gramatical: concordância, regência, pontuação.
- Cópia de textos motivadores (plágio anula).
- Gênero inadequado (narrar quando o pedido é dissertar).
O método em 8 passos (com cronômetro e modelos)
O relógio da prova: 60 minutos bem usados
• 5 min — leitura ativa do tema e do comando (circule verbos de ação, delimite o recorte).
• 10 min — mapa de argumentos: liste 3 ideias e escolha 2 com melhor evidência.
• 25 min — rascunho dos 4–5 parágrafos (introdução + 2 ou 3 desenvolvimentos + conclusão).
• 15 min — reescrita limpa, caprichando em coesão e correções.
• 5 min — checklist final (tema ✔, tese ✔, estrutura ✔, gramática ✔).
O modelo de introdução (3 movimentos)
- Contextualize em 1–2 linhas (dado, definição, contraste).
- Enuncie a tese (sua resposta objetiva ao comando).
- Antecipe a lógica (diga em 1 linha por que a tese é verdadeira: “primeiro…, além disso…”).
Exemplo enxuto: “A (tema/assunto) tornou-se central em (contexto). Defendo que (tese direta). Isso se sustenta porque (Argumento A) e (Argumento B), como se vê a seguir.”
Parágrafo de desenvolvimento em 4 etapas (use T-P-E-C)
Tópico-frase (ideia do parágrafo) → Prova (dado, exemplo, autoridade) → Explicação (por que o dado confirma a tese) → Conexão (amarre com a tese/próximo parágrafo).
Dica: uma referência concreta vale mais que três generalidades. Dados oficiais e normativos da área costumam preencher esse “P” com autoridade.
Conclusão que fecha a conta
• Retome a tese com outras palavras.
• Síntese dos argumentos (1 linha).
• Encaminhamento: se o edital pedir solução/proposta, apresente uma medida factível (agente + ação + como + para quê). Em concursos que não exigem proposta, feche com implicação prática (“logo, [medida/efeito/critério] deve orientar…”).
Repertório “anti-trava” (seguro para qualquer banca)
- Dados oficiais e relatórios (IBGE, INEP, OMS, Ipea). 2) Leis e políticas públicas (marcos legais). 3) Casos exemplares (programas governamentais avaliados). 4) Pesquisas acadêmicas com autoria identificada. Evite citações de efeito sem fonte (“como dizia Aristóteles…”) e frases batidas. Repertório sem fonte = opinião.
Linguagem que banca gosta
Clareza > erudição. Prefira períodos médios, verbos na voz ativa e coesão explícita (portanto, contudo, além disso, por conseguinte, em contraste, por exemplo, assim). Evite adjetivação excessiva, generalizações e perguntas retóricas em sequência.
Checklist final (30 segundos que salvam pontos)

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Tema respondido? Tese explícita? Parágrafos com T-P-E-C? Conectivos naturais (não repetitivos)? Sem gírias, pleonasmos, clichês? Pontuação limpa? Acentos e crases conferidos? Rascunho sem setas e rasuras na versão final?
Dados recentes para calibrar a régua + plano de 15 dias
Por que usar métricas oficiais para treinar
Olhar números ajuda a ajustar expectativa e esforço. No ENEM 2024, a média da redação subiu para 660 pontos (era 645 em 2023), mas o número de textos com nota 1000 caiu para 12 (em 2023 foram 60). Conclusão? É totalmente possível pontuar bem com método e regularidade — a excelência absoluta é rara, porém atingível.
Gráficos para estudo (GOV.BR/INEP):
• Média da redação — 2023 vs 2024:

• Redações nota 1000 — 2023 vs 2024:

O que esses números dizem para o concurseiro
- Regularidade vence: média alta com muita gente passando — não é loteria.
- Exatidão vale ouro: fuga ao tema e gênero errado jogam nota no lixo (bancas anulam). Treine leitura do comando antes de escrever.
Plano de 15 dias para desbloquear a redação
Dias 1–3: repertório-base do edital (normas, leis, dados oficiais da área) + 2 leituras de artigos curtos por dia; anote 1 dado útil por texto.
Dias 4–6: treine introduções (5 por dia) usando o modelo em 3 movimentos; foque em tese clara.
Dias 7–9: treine parágrafos T-P-E-C (4 por dia). Um bom parágrafo é meia prova ganha.
Dias 10–12: redações completas em 50–60 min (uma por dia), alternando temas da banca-alvo.
Dias 13–14: revisão ativa: reescreva os dois textos mais fracos e compare com o checklist.
Dia 15: simulado “valendo”, com correção fria 24h depois. Se possível, peça a um colega/tutor para apontar tema, tese e provas que ele enxerga — se ele não achar, a banca também não achará.
Microtécnicas de ouro
• Tese em 1 período: “Defendo que X deve Y porque A e B.”
• Prova mínima: sempre traga 1 dado verificável (lei, estatística, exemplo institucional).
• Conectivos alternados: varie portanto/assim/por conseguinte; contudo/todavia/embora; além disso/ademais/de igual modo.
• Reescrita: corte 10% de palavras sem perder ideias — seu texto vai ganhar clareza.

Conclusão
Passar em redação não é questão de talento oculto: é técnica, prática e disciplina. Você acabou de ver como fazer redação para passar em qualquer concurso ou prova com um método replicável, modelos simples de aplicar e um roteiro de 15 dias que cabe na rotina.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
1) Quantos parágrafos devo usar?
Quatro a cinco funcionam bem: introdução, dois ou três desenvolvimentos e conclusão. O essencial é cada parágrafo ter uma ideia central.
2) Preciso usar proposta de intervenção?
Só se o edital pedir (caso típico do ENEM). Em concursos, a exigência principal é argumentar com lógica e pertinência ao tema.
3) Posso usar citações filosóficas?
Pode, mas com parcimônia e autoria identificada. Dados oficiais e marcos legais costumam valer mais e são mais fáceis de sustentar.
4) O que mais derruba nota?
Fuga ao tema/gênero, incoerência na progressão de ideias e erros constantes de gramática. Em algumas bancas, fuga total = nota zero.
5) As bancas corrigem igual?
Não. Vunesp é rígida com o recorte e a estrutura; Cebraspe valoriza objetividade e modalidade escrita; FGV costuma pesar coesão e norma culta. Ajuste treino ao edital.
6) Qual tamanho ideal do texto?
Siga o mínimo e o máximo do edital. Escrever muito além do limite pode gerar desconto; muito aquém prejudica conteúdo.
7) Posso treinar com temas do ENEM para concursos?
Sim, como exercício de argumentação. Mas para concurso foque na temática do órgão/carreira e nos tópicos de atualidades previstos no edital.
8) Como melhorar a gramática rápido?
Reescreva seus próprios parágrafos trocando períodos longos por médios, revise vírgulas e crases, e leia em voz alta (clareza costuma revelar erros).
9) Dá para subir nota em poucas semanas?
Dá — com rotina curta e diária. O plano de 15 dias acima resolve o básico e costuma destravar evolução.
10) Por que usar dados oficiais nos argumentos?
Porque passam credibilidade e ajudam a objetivar a tese. Ex.: números recentes do INEP sobre desempenho em redação são ótimos para ancorar um parágrafo.
Fontes citadas: Vunesp — critérios de avaliação; Cebraspe — critérios gerais para prova discursiva; GOV.BR/INEP — desempenho da redação no ENEM 2023 e 2024; publicações especializadas sobre FGV.
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